Análise: The Shadow of the Vampire
O filme conta a história das filmagens do filme “Nosferatu”, uma adaptação da obra de Bram Stoker de “Drácula”, porém, com outro nome. Realizado em 1922 pelo diretor F. W. Murnau e interpretado por John Malkvoich, o diretor desejou fortemente fazer seu filme mais autêntico, contratando um vampiro de verdade para o papel principal.
Com todos os clichês possíveis dos anos 2000, é um alívio ver um filme que foge à regra, longe de serial-killers, sobretudos de couro e crianças orientais assustadoras, The Shadow of the Vampire nos leva diretamente a era dourada dos filmes mudos além de uma viagem direta ao modo de filmagem do expressionismo Alemão. (Ah! recomendo fortemente assistir Nosferatu de 1922 antes de ver esse longa, já que as obras estão interligadas de uma maneira metalinguística.)
No decorrer do filme, não há muitas cenas assustadoras, mas nos traz um suspense de que algo errado paira no ar, fora uma estranheza com o Max Schreck (Willem Dafoe), que interpreta o Conde Orlok no longa, já que ele é desconhecido por todos e não “sai” do personagem em nenhum momento, deixando o clima mais investigativo quando os personagens começam a procurar pistas da vida de Max Schreck, logo depois que o diretor de fotografia adoece.
A trama também nos presenteia com algumas pequenas tiradas cômicas, mas bem leves, quase imperceptíveis que não afetam o filme em si, mas servem bem como alivio cômico.
Os núcleos dos personagens são bem distribuídos e as histórias de cada um deles são lineares. É bem divertido ver o modo de atuação dos filmes da década de 20, pois, como era mudo, havia muita expressão facial, vinda diretamente do teatro e o toque do diretor, ajudando os atores a expressar melhor o que deveriam sentir em cada cena, dessa forma conseguimos ver com clareza as mudanças e a ascensão, mesmo que incerta, do começo do auge do cinema.